Apesar da sua ampla distribuição mundial, o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) é originário da Península Ibérica, onde coexistem actualmente duas subespécies: Oryctolagus cuniculus algirus (O. c. algirus), presente no Sudoeste da Península Ibérica e Oryctolagus cuniculus cuniculus (O. c. cuniculus), que ocupa o Nordeste desta região. A distribuição das duas subespécies sobrepõe-se ao longo de uma zona de contacto que atravessa a Península numa direcção Noroeste-Sudeste.
Independentemente da subespécie, o coelho-bravo é uma espécie basilar nos ecossistemas ibéricos, sendo a presa fundamental e preferencial para a maior parte dos predadores que ocorrem em Portugal, incluindo várias espécies de carnívoros (mamíferos e aves) com elevado estatuto de conservação, das quais se destacam o lince-ibérico, o gato-bravo (Felis silvestris), a águia-imperial (Aquila adalberti) e a águia-real (Aquila chrysaetos). É igualmente uma espécie com elevada importância socioeconómica, sendo a espécie de caça menor preferida dos caçadores portugueses, gerando receitas muito significativas para as entidades gestoras de zonas de caça e para a economia local, constituindo, nalguns casos, a sua principal fonte de rendimento.
O Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal classifica o coelho-bravo como espécie «Quase ameaçada», devido aos recorrentes episódios de declínio a que a espécie tem estado sujeita nas últimas décadas. Não obstante, graças à sua estratégia reprodutiva, na presença de condições favoráveis, o coelho-bravo pode evidenciar recuperações espantosas.
Este mamíferos medem cerca de 10 cm (alguns não ultrapassam 2,5 cm) e pesam cerca 15 gramas. Contudo, apesar do pequeno porte são capazes de atacar, matar e devorar animais que têm o dobro do seu tamanho. Comem o equivalente ao seu peso de três em três horas. Algumas espécies praticamente não dormem para não deixar de se alimentar. Por causa do metabolismo acelerado, muito tempo sem comida pode significar a morte. Seu coração bate 1200 vezes por minuto, quase doze vezes mais rápido que o do ser humano.
Ao nascer, pelado e de olhos fechados, o musaranho é menor que uma abelha e pesa pouco mais de dois gramas. Vive, em média, de um a dois anos. Quando é atacado por um inimigo, solta um odor igual ao dos gambás. Suas glândulas salivares contêm um veneno tão forte quanto o das serpentes. Seus principais predadores são os gaviões e as corujas, bons de vista e ruins de olfato.
Os musaranhos especializaram-se em vários habitats: uns habitam em vegetação densa, outros são trepadores, alguns vivem debaixo da neve e outros ainda caçam na água.
São invulgares entre os mamíferos pois são dos poucos a possuirem veneno e, tal como os morcegos e os cetáceos, algumas espécies usam ecolocalização. São também dos poucos a nascerem com dentes permanentes e a não terem osso zigomático.
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O toirão é um pequeno e belo carnívoro de hábitos discretos e que se distribui por todo o território continental. Aparentado com o furão, a sua situação populacional é mal conhecida, sendo aparentemente pouco comum.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O toirão (Mustela putorius) é um pequeno carnívoro pertencente à Família dos Mustelídeos. Tem o corpo alongado e cilíndrico e patas relativamente curtas. A cabeça é pequena e achatada e as suas orelhas são pequenas e arredondadas. A característica morfológica que mais facilmente permite a sua identificação é a sua pelagem. O dorso é castanho escuro, os flancos são claros, o ventre quase negro e a cauda é escura. Possui uma mancha branca à volta da boca e queixo e outra entre os olhos e as orelhas, que têm também a extremidade branca. Para além disto a pelagem é lisa, densa e sedosa, sendo a cauda tufada.
Os machos são bastante maiores que as fêmeas (comprimento do corpo varia entre 30.5 a 46 cm nos machos e entre 29 a 35.5 cm nas fêmeas; a cauda mede em média 14 cm nos primeiros e 12.5 cm nas segundas) e normalmente pesam o dobro destas (machos pesam entre 502 a 1522 g e as fêmeas entre 442 e 800 g).
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Ocorre em toda a Europa excepto na Península Balcânica, nas ilhas mediterrânicas, Irlanda e Islândia. Na Escandinávia existe apenas no sul e na Grã-Bretanha ocorre apenas no País de Gales. Em Portugal ocorre em todo o território continental e a sua presença está descrita em praticamente todas as áreas protegidas. Nos Açores e Madeira foi introduzida a sua forma domesticada (furão).
A população existente em Portugal parece ser pouco abundante e a sua tendência populacional é desconhecida.
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Em Portugal tem o estatuto de insuficientemente conhecida (K), ou seja, há falta de informação sobre a espécie. Pertence ao Anexo III da convenção de Berna (espécie parcialmente protegida, sujeita a regulamentação especial) e à Directiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de Abril) (anexo B V).
FACTORES DE AMEAÇA
Os principais factores de ameaça no nosso país para esta espécie são a alteração e destruição do habitat (principalmente a drenagem de zonas húmidas), os atropelamentos devido ao tráfego rodoviário, o controlo de predadores e a hibridação com o furão.
A caça furtiva deste animal devido ao valor da sua pele também é outro aspecto preocupante. Em Portugal a venda de peles de toirão não é muito comum, mas na Grã-Bretanha continuam a entrar por ano milhares de peles deste animal.
HABITAT
Tem preferência por zonas húmidas, explorando especialmente o interface terra/água, mas pode frequentar qualquer tipo de habitat que possua as suas presas. A utilização do meio varia essencialmente em função da densidade destas últimas.
Pode escavar o seu próprio abrigo, mas também pode usar antigas tocas de coelho, de raposa ou mesmo de texugo. Também pode refugiar-se em fendas entre rochas. As tocas têm pelo menos uma câmara de dormida e outra de armazenamento de alimento.
ALIMENTAÇÃO
É um predador generalista, mas a sua dieta é claramente carnívora, sendo quase insignificante o consumo de vegetais e de frutos. A essência do seu regime alimentar são os roedores e os lagomorfos (lebre e coelho), tendo como presas secundárias pequenas aves, anfíbios e peixes.
Constitui reservas de alimento quando captura mais presas do que aquelas que necessita para consumo imediato.
REPRODUÇÃO
O cio e o acasalamento verificam-se entre Março e Abril, mas este período pode alterar consoante o clima e a latitude. Os machos são poligâmicos e cobrem todas as fêmeas que os aceitam. Ao contrário de muitos outros mustelídeos, não possui ovo-implantação retardada (ver ficha de texugo). A gestação dura 41 a 42 dias e os partos ocorrem entre Abril e Junho. Podem nascer entre 1 e 12 crias, mas geralmente nascem entre 3 e 7. O desmame verifica-se no final do primeiro mês e tornam-se independentes aos 3 meses.
As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 10 meses e os machos entre os 10 e os 11. Pode viver até aos 14 anos em cativeiro, mas em liberdade não ultrapassa usualmente os 5 anos.
MOVIMENTOS
É um animal solitário com comportamento claramente territorial. A sua actividade é principalmente nocturna e crepuscular, podendo deslocar-se 7.5 Km por noite. Há, no entanto, muitos registos de toirões activos durante o dia, especialmente no Outono e Inverno em climas frios. Quando possui uma fonte abundante de alimento pode ficar a descansar por longos períodos na sua toca.
CURIOSIDADES
O furão (que é utilizado na caça ao coelho) é considerada a forma domesticada do toirão, mas actualmente há alguma controvérsia se será esta a sua origem. Não se tem a certeza se este animal teve origem no toirão ou no toirão-das-estepes (Mustela eversmanni). Os híbridos de furão e toirão são indistinguíveis a partir das suas características externas.
Um facto interessante é que o toirão costuma fazer reservas de rãs no Inverno. Morde-lhes na base do crânio de maneira a que fiquem paralisadas, mas não morram. Assim, consegue mantê-las frescas por longos períodos.
Uma outra curiosidade é que contrariamente à crença popular e ao que muitos textos antigos dizem, o toirão não sangra as suas presas.
LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO
É uma espécie dificilmente observável no seu habitat natural devido à sua discrição. No entanto, não é raro encontrar-se indivíduos atropelados em estradas próximo de cursos de água. Possui 5 dedos em cada pata, mas por vezes, só aparecem 4 dedos nas pegadas. Estas medem entre 3 e 3.5 cm de comprimento e 2.4 a 4 cm de largura. Os seus dejectos medem 6 a 8 cm de comprimento e menos de 1 cm de largura. São um pouco mais pequenos que os de marta e fuinha e têm um odor nauseabundo bastante pronunciado. São torcidos e afiados numa das extremidades e normalmente constituídos por pêlos, penas e ossos. Podem ser também viscosos e disformes caso o animal se tenha alimentado de peixe.
www.youtube.com/watch?v=1zwWSzI_vts
A lontra é um animal mamífero da subfamília Lutrinae, que pertence à ordem carnívora e à família dos mustelídeos. Encontra-se na Europa, Ásia, África, numa parte sul da América do Norte e ao longo de toda a América do Sul, incluindo o Brasil e a Argentina. O seu habitat natural é o rio, onde busca alimentos, como peixes, crustáceos, répteis e, com menos frequência, aves e pequenos mamíferos.
Geralmente, a lontra tem hábitos noturnos, dormindo de dia na margem do rio e acordando de noite para buscar alimento. Os grupos sociais são formados pelas fêmeas e pelos seus filhotes. Os machos não vivem em grupos e só se juntam a uma fêmea na época de acasalamento. O período de gestação da lontra é de cerca de 2 meses, produzindo de um a cinco filhotes.
A lontra adulta mede entre 55 a 120 centímetros de comprimento (incluindo a cauda) e pesa até 35 quilos. Embora a sua carne não seja comercializada em larga escala, a lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção principalmente pelo alto valor da sua pele e pela depredação dosecossistemas, aos quais a lontra está adaptada.
Este animal possui uma pelagem com duas camadas, uma externa eimpermeável e outra interna usada para o isolamento térmico. O corpo, por sua vez, é hidrodinâmico, preparado para nadar em alta velocidade.
A lontra é capaz de assobiar, chiar e guinchar. Pode ficar submersa durante 6 minutos e ao nadar pode alcançar a velocidade de 12 km/h.
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